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Rodrigo Freitas - rodrigo_adefreitas@hotmail.com

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os 7 pecados do Corinthians na Libertadores

O Corinthians está fora da Copa Libertadores 2011. A eliminação diante do desconhecido Tolima (COL), ainda na primeira fase, foi consequência de problemas e erros por parte de diretoria, comissão técnica e jogadores. O LANCENET! remonta a trajetória alvinegra até a noite da última quarta-feira, que marcou mais um vexame alvinegro na competição sul-americana.

O revés para a pequena equipe do interior da Colômbia começou ainda no Brasileirão do ano passado, culminando com o empate sem gols no Pacaembu e a derrota por 2 a 0 no Estádio Murillo Toro, em Ibagué. Entenda:


1- Bobeira no Brasileirão-10

O Corinthians se viu obrigado a disputar a primeira fase da Libertadores por ter ficado na terceira colocação do Brasileirão. Uma posição que foi confirmada na última rodada da competição nacional, com a vitória do Cruzeiro (vice) contra o Palmeiras e o seu resultado diante do Goiás, no Serra Dourada: empate, por 1 a 1. Na ocasião, o Timão enfrentou uma equipe rebaixada, recheada de jovens da base, com o estádio cheio de torcedores alvinegros. E, mesmo assim, não conseguiu os três pontos. Além de não ficar com o vice, confirmou-se a popular "pré-Libertadores" pela frente.


2- Incerteza tática

No Pacaembu, Tite armou o Corinthians como dois volantes (Ralf e Jucilei), um meia (Bruno César) e três atacantes (Dentinho, Ronaldo e Jorge Henrique). Em Ibagué, optou pela saída de BC, colocando Paulinho - JH teve de ser recuado ao meio de campo. É difícil apontar que essa ou aquela maneira de atuar seria a correta ou foi equivocada. O ponto é que não houve uma definição tática, não houve uma maneira única de atuar no mata-mata. Bruno César, de camisa 10 e astro da equipe no BR-10, virou a bola da vez, sendo sacado no primeiro jogo e nem utilizado na volta. Para muitos, esquemas que primaram pelo excesso de cautela. Os colombianos, por sua vez, triunfaram com um esquema 4-3-2-1 no Pacaembu e, na volta, Hernán Torres optou pela manutenção, apenas com inversão na quantidade de volantes e meias.


3- Soberba diante dos colombianos

Ronaldo, ainda no gramado do Serra Dourada, no dia 5 de dezembro do ano passado, garantiu que a primeira fase da Libertadores não seria problema. Roberto Carlos, por sua vez, falou em atropelar o Tolima no Pacaembu e abrir uma vantagem para chegar tranquilo em Ibagué (COL). A postura dos principais jogadores corintianos reflete um sentimento que, internamente, fazia parte do grupo. Até o confronto do Pacaembu, quando todos viram que o desconhecido rival colombiano não seria nada fácil, o pensamento era de que a classificação poderia vir sem maiores sustos. Antes do início do mata-mata, por exemplo, todos afirmavam que desconheciam qualquer detalhe sobre a equipe do Tolima. O clube mandou Mauro da Silva para espionar. O auxiliar de Tite voltou ao Brasil e avisou que o Corinthians teria dificuldades. Mas parece que já era tarde demais...


4- Falta de mobilidade de Ronaldo

Tite costuma dizer que Ronaldo é um jogador que precisa de apenas duas bolas para marcar um gol, que é o único homem terminal da equipe. Nos confrontos com o Tolima (COL), o Fenômeno não foi nem um nem outro. Dizer que o astro corintiano foi péssimo diante dos colombianos, claro, seria um exagero. No Pacaembu, cabeçadas, bons passes e chutes de fora. Em Ibagué, tentativas bloqueadas de chute, bons toques de bola e...mais nada. Pouco para quem é dono do maior salário do elenco, tem um currículo de conquistas e tornou-se um dos maiores atacantes da história do futebol mundial. É difícil não relacionar a expressão "ser decisivo" com Ronaldo, algo que ele não foi no mata-mata com os colombianos. Por que? Falta de mobilidade. É claro que um melhor futebol dos companheiros o ajudaria, mas foi presa fácil aos defensores do Tolima com sua atual silhueta.


5- Diretoria e a procura pelo homem-gol

Ninguém duvida que Liedson foi uma ótima contratação e tem tudo para ser um substituto à altura da importância de Ronaldo. Mas veio tarde. Diante do Tolima, a opção de um outro matador e sombra do Fenômeno não existiram. A diretoria bem que tentou trazer Luís Fabiano e Marcelo Moreno, mas em vão. Faltou um homem de frente que pudesse dar a Tite mais uma opção como "terminal", como ele costuma dizer. Esse atacante que é referência chegou, é Liedson. Mas tarde demais para ajudar a equipe a garantir-se na fase de grupos da Copa Libertadores.


6- Excesso de importância ao Paulistão

O regulamento do Campeonato Paulista deste ano prevê classificação às quartas de final dos oito melhores da primeira fase. Apesar da situação teoricamente mais tranquila, a comissão técnica do Corinthians tratou o início da disputa do Estadual com a mesma importância da Libertadores. E não apenas no discurso, propagado por Tite em todas as coletivas de imprensa. A colocação dos titulares diante de Portuguesa, Bragantino e Noroeste poderia ter sido repensada. Apesar de ficar no campo da probabilidade, será que a equipe não teria chegado para o confronto com o Tolima em melhores condições se a preparação não tivesse sido focada apenas para a Libertadores? Será que o mais correto não seria ter feito como o Internacional, que não colocou um único titular até agora no Estadual, pensando na preparação para o torneio sul-americano? As perguntas ficam no ar...


7- Ganância na venda de ingresso

Torcida ganha jogo? É difícil dizer, mas que a presença maciça da Fiel no Pacaembu ajuda a intimidar o adversário, isso ninguém duvida. Não é por acaso, por exemplo, que a equipe perdeu apenas dois dos 33 confrontos realizados em 2010. Diante do Tolima, no confronto de ida, o estádio recebeu pouco mais de 26 mil pagantes, cerca de 11 mil a menos do que foi registrado no jogo contra o Flamengo, pela mesma Libertadores, no ano passado. A principal causa pela falta de público foi o valor do ingresso, que alternou entre R$ 50 e R$ 500. A ganância da diretoria em ter uma renda no padrão europeu diminiu o apoio popular, amenizando a situação para os colombianos.