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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Escudero: um gol que deu prejuízo ao Timão

Foram 13 jogos, nove cartões amarelos, nenhum gol e um rastro de prejuízo financeiro. Assim se resume a passagem do lateral-esquerdo Escudero no Corinthians.

A recente dispensa do argentino é o último capítulo de uma história que, depois, se mostraria mal conduzida pelos dirigentes do Timão, que, seduzidos por um desempenho brilhante na casa do maior rival, agiram com a emoção.

O resultado não poderia ter sido pior para o Corinthians: quase R$ 5 milhões mal investidos, nenhum retorno financeiro e um péssimo desempenho em campo, que culminou num ato de indisciplina – reclamou publicamente de Mano após ser substituído numa partida.

Isso sem falar no empréstimo sem qualquer compensação financeira ao Argentinos Juniors, o antigo clube dele, que será formalizado assim que o irmão e empresário, Juan Escudero, aparecer no Parque São Jorge – na última quarta-feira, em Mar del Plata (ARG), o jogador participou do primeiro treino no clube.

Tudo começou em 23 de outubro de 2008. Após jogar bem e marcar o gol da vitória do Argentinos Juniors (ARG) sobre o Palmeiras, em partida válida pela Copa Sul-Americana, o lateral comemorou em cima do trator de um dos patrocinadores do Alviverde, que estava estacionado atrás de um dos gols.

A comemoração inusitada e provocativa ao maior rival mexeu com a cabeça dos dirigentes corintianos, que resolveram pagar R$ 3 milhões pela aquisição de 50% dos direitos econômicos dele e mais R$ 1,8 milhão de luvas ao jogador. Fora o salário, que beirava os R$ 70 mil.

Dentro de campo, o que se viu foi um jogador mal tecnicamente, que não conseguia jogar, além dos frequentes cartões amarelos. Para piorar, sofreu grave lesão no joelho e ficou sete meses parado, sob tratamento médico e fisioterápico.

– É impossível que todo jogador contratado tenha sucesso no clube. Mas é fundamental que o Corinthians dê ao plantel condições para que ele desempenhe o melhor. E, isso, temos certeza que fazemos com todos – explica o diretor de futebol do Timão, Mário Gobbi Filho.

A reportagem do LANCENET! tentou falar com Juan Escudero, irmão e empresário, mas não teve sucesso.

A RELAÇÃO:

R$ 4,8
milhões (cotação da época)
Foi o valor gasto para ter Escudero, em dezembro de 2008. Ao Argentinos Jrs., o clube desembolsou US$ 1,3 milhão. Ao jogador, mais US$ 800 mil, de luvas.


13
Jogos
Fez o lateral-esquerdo com a camisa do Corinthians, sendo 11 oficiais e dois amistosos (contra Huracán e Botafogo). Ele não marcou nenhum pelo Alvinegro.


9
Cartões
Escudero recebeu nas 13 vezes em que atuou com a camisa do Timão. Todas as advertências foram com cartão amarelo. A situação virou “marca registrada” dele.


PASSAGEM DE ESCUDERO PELO PARQUE SÃO JORGE

18 de dezembro de 2008

Corinthians define os últimos detalhes e acerta a contratação do lateral-esquerdo junto ao Argentinos Juniors (ARG).

2 de fevereiro de 2009

Escudero é, oficialmente, apresentado no Parque São Jorge. Confessa ansiedade por conhecer Ronaldo e fala em títulos.

12 de fevereiro de 2009

Com a camisa 2 do Corinthians, o lateral faz a estreia. Equipe bate o Mogi Mirim, por 2 a 0, e o argentino recebe o primeiro dos nove cartões amarelos no Timão.

15 de fevereiro de 2009

Escudero disputa o primeiro clássico pelo Alvinegro, contra o São Paulo. O lateral atua os 90 minutos e chega a se envolver em uma briga com Dagoberto, que
o acusa de ter desferido uma cotovelada. Neste jogo, recebe o segundo amarelo.

10 de abril de 2009

Em Itu, vive o pior momento dele. Durante um treinamento na semana que antecedeu a semifinal contra o São Paulo, o argentino sofre lesão no ligamento do joelho esquerdo. Ele deixa o gramado aos prantos e com previsão dos médicos de uma paralisação por até oito meses.

21 de novembro de 2009

Após sete meses de fisioterapia, Escudero volta aos gramados, contra o Náutico, pelo Brasileirão. E comete pênalti no fim.

3 de fevereiro de 2010

Em uma partida contra a Ponte Preta, pelo Paulistão, Escudero é substituído por
Mano Menezes e, com gestos e palavrões, reclama da decisão do treinador ainda em campo. O ato de rebeldia seria o fim dele no Corinthians. Ele nunca mais disputaria um jogo oficial, além de ficar fora da lista de 25 atletas da Libertadores.

COM A PALAVRA

Mário Gobbi, diretor de futebol do Corinthians

Claro que o desempenho do Escudero não foi satisfatório como jogador do Corinthians. Ele não esteve à altura daquilo que imaginamos quando trouxemos o jogador do Argentinos Juniors para o Corinthians, mas este não foi o primeiro caso e nem será o último da história. Se olharmos para os outros clubes do Brasil, para a história do nosso clube ou para fora do país é comum vermos jogadores contratados não terem o desempenho que deles se esperava, e isso independe do quanto se investiu na contratação. Na mesma medida dos jogadores que não dão certo, temos aqui casos de outros tantos que vieram sem serem conhecidos e tornaram-se ídolos da nossa torcida, casos de Chicão, André Santos, Jucilei, Ralf e tantos outros. É impossível que todo jogador contratado tenha sucesso no clube. Mas é fundamental que o Corinthians dê ao plantel condições para que ele desempenhe o melhor. E isso temos certeza que fazemos com todos.