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Rodrigo Freitas - rodrigo_adefreitas@hotmail.com

terça-feira, 20 de julho de 2010

1965: Há dez anos na fila, Corinthians lança Rivellino

A fila de títulos – o último havia sido em 1954, o Campeonato Paulista do IV Centenário da cidade de São Paulo – já chegava a dez anos. O Corinthians continuava em crise técnica, mas pintou uma esperança: Roberto Rivellino, meia de 19 anos, promovido em janeiro de 1965, depois de surgir como revelação do futebol de salão.

Criador do drible do elástico e dono da “patada atômica”, Rivellino fez 474 jogos e 144 gols pelo Timão, foi campeão do mundo pela Seleção Brasileira, em 1970, mas deixou o clube e foi para o Fluminense, em 1974, depois da fatídica final do Paulistão de 74, contra o rival Palmeiras. Injustiçado, sem ter conseguido encerrar a fila de títulos, que só acabaria em 1977, nunca mais voltou ao Parque São Jorge – ganhou o Torneio Rio-São Paulo de 66, mas dividido com Botafogo, Santos e Vasco.

Mas nem por isso deixou de entrar na lista dos maiores craques da História do Corinthians.

LANCENET!: Hoje, 45 anos depois de ter estreado no profissional do Corinthians, o que representa o clube na sua vida?
Rivellino: Tudo! Foi o clube que me abriu as portas e pelo qual tenho um carinho muito grande. Ele me deu a condição de jogar futebol e de ser convocado para a Seleção de 70, um dos melhores times de todos os tempos. Fui campeão do mundo e disputei duas Copas, atuando pelo Corinthians. Então, o Corinthians é minha vida, não é?

LNET!: Você foi um dos maiores ídolos da História do clube, mas faltou aquele título paulista...
R: Realmente! Era obsessão... Infelizmente, não tive a felicidade de ser campeão paulista. Mas faz parte da vida. Tantos grandes craques não tiveram a felicidade de ganhar a Copa como eu...

LNET!: E a saída conturbada?
R: Foi mais pela imprensa na época. Uma pessoa, por exemplo, depois de muitos anos, veio me pedir desculpas... O senhor J. Hawilla (hoje, dono da Traffic), que fez uma campanha maldosa e a imprensa tirou Rivellino do Corinthians. Eu não queria, nunca esperava ter saído.

LNET!: E como está a sua relação hoje?
R: É maravilhosa! Com o clube e com o torcedor. Quem é corintiano sabe o que eu representei para o clube.

LNET!: E o que acha da idolatria da torcida com Ronaldo?
R: Ele já era ídolo antes. Todo torcedor, não só do Corinthians, mas do mundo todo, tem adoração por Ronaldo. No primeiro semestre (de 2009), ele mostrou porque é diferenciado. Eu até achava que ele não teria condições. Agora, ele está com lesão... Tem de jogar mais, porque jogou pouco para ser um ídolo da Fiel, né? Mas ele é o maior goleador da História das Copa, bicampeão do mundo... É um puta cara, por quem tenho muito carinho, mas o torcedor corintiano quer ver ele jogando.

LNET!: Como vê essa relação de paixão do torcedor com o Corinthians?
R: É impressionante! As torcidas de Corinthians e Flamengo são muito parecidas, têm laços muito fortes. O resto é resto. Eu, aliás, fui convidado, dia 24, para pôr o pé na Calçada da Fama (no Parque São Jorge), recebi o livro (oficial) dos cem anos do clube... Na primeira parte tem um lance meu contra o Pelé... Então, isso mostra o que é Rivellino e Corinthians.

Quem é

Roberto Rivellino - Ex-camisa 10
Nascimento: 1/1/1946, em São Paulo (SP).

Apelidos
Reizinho do Parque e Maloca.

No clube
Disputou 474 jogos (238 vitórias, 136 empates e 100 derrotas) e marcou 144 gols, entre os anos de 65 e 74.

Título
Rio-São Paulo de 66 (com Santos, Vasco e Botafogo).

Seleção
Titular e campeão da Copa do Mundo em 1970. Disputou também as Copas de 1974 e 1978.