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Rodrigo Freitas - rodrigo_adefreitas@hotmail.com

sábado, 24 de julho de 2010

1970: Super Zé: o rei da raça no Corinthians

A clássica imagem de Zé Maria com a camisa branca do Timão manchada de sangue, na decisão do Paulistão de 1979, representa tudo que um torcedor quer ver em seu seu ídolo: raça e amor ao clube.

E esses dois requisitos nunca faltaram na longa passagem do Super Zé pelo Parque São Jorge, o que fizeram dele um dos maiores ídolos do clube e dono incontestável da lateral direita no time de todos os tempos de qualquer corintiano.

A relação de amor de Zé Maria com o Corinthians começou em 1970. O lateral-direito já havia sido campeão mundial com a Seleção Brasileira na Copa do México, na reserva de Carlos Alberto Torres.

Vindo da Portuguesa após uma conturbada transferência, Zé teve de esperar os clubes se resolverem para estrear apenas em novembro.

Apesar da derrota para o Grêmio em sua primeira partida, os 13 anos (1970 a 1983) defendendo o Corinthians foram repletos de muitas realizações. A mais significativa delas: levantar a taça de campeão paulista em 1977, após jejum alvinegro que durou 22 anos. Na fatídica final de 77, o gol de Basílio saiu após jogada iniciada pelo capitão.

Zé Maria também construiu grande carreira na Seleção Brasileira. Campeão em 70, se tornou o titular na Copa de 74 e, em 78, viveu um drama ao ser cortado nas vésperas do Mundial da Argentina.

Hoje, Zé Maria é supervisor do projeto esportivo da Fundação Casa, que visa reintegrar menores infratores na sociedade. Como poucos, Zé sabe a função de um ídolo.

Bate-Bola:
Zé Maria - ex-lateral do Corinthians

‘O título de 77 foi um marco, a consagração’

LANCENET!: A clássica imagem do senhor com a camisa cheia de sangue é reverenciada pelos corintianos. Como foi aquela situação?
ZÉ MARIA: Foi uma situação normal, porque na época não tinha esse problema de jogar com sangue na camisa. Num choque tive uma abertura no supercílio e queria jogar. Foi mais um prêmio para mim, porque o torcedor foi à loucura e foi uma circunstância natural. Mas ganhamos o campeonato e por isso valeu.

LNET!: O senhor esteve presente na Democracia Corintiana. Como vê a importância do período?
ZM: Foi um avanço em nível nacional. Os jogadores de futebol não tinham abertura no clube e foi um grande passo que demos, tanto que alguns jogadores como eu, o Wladimir, o Sócrates, passamos a ter até direitos como conselheiros do Corinthians.

LNET!: Sua liderança o levou até a ser eleito técnico da equipe?
ZM: Exatamente. Nunca fui de ficar em bate-boca, falar demais. Era coerente com minha posição e reivindicava pelo grupo. Eu tinha um relacionamento bom com a torcida e com a direção, isso me ajudou bastante.

LNET!: Qual a diferença entre uma conquistas do Paulistão de 1977 e a Copa do Mundo de 1970?
ZM: O ano de 77 foi o grande marco. Um clube que fica 22 anos na fila e você poder estar no grupo que conquistou o título é uma consagração. Fui muito mais contemplado e saudado em 77 que em 70. Marcou minha vida.

Quem é
Zé Maria - xx-lateral do Corinthians
NASCIMENTO: 18/5/1949
599 jogos 17 gols

4 títulos
Zé Maria conquistou quatro Campeonatos Paulistas (77, 79, 82 e 83).

Líder político:
A sua liderança era visivelmente notada dentro e fora de campo. Na política, foi eleito vereador pelo PMDB em 1982, enquanto ainda atuava. No ano seguinte, seus próprios companheiros o elegeram treinador do time durante o período da Democracia Corintiana.

Seleção Brasileira (66 jogos):
Campeão da Copa do Mundo de 1970.