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Rodrigo Freitas - rodrigo_adefreitas@hotmail.com

quinta-feira, 1 de julho de 2010

1947: Cláudio, o maior artilheiro da História do Corinthians

Em 100 anos de existência, nenhum jogador conseguiu alcançar o ápice de uma partida de futebol pelo Corinthians mais vezes do que Cláudio Christovam de Pinho. Em 549 jogos com a camisa alvinegra, foram 305 gols marcados e seis títulos conquistados, sendo o maior artilheiro da História do clube.

Apelidado de Gerente, por ser o líder de uma das gerações mais vitoriosas do Timão no começo da década de 50, Cláudio não tinha estatura para tal rótulo. Seus 1.62 metros faziam com que a camisa 7 ficasse grande em seu corpo. Porém, compensava em campo pelos seus passes precisos, seus dribles curtos e, principalmente, pelas suas cobranças de falta perfeitas.

- Lembro de um jogo contra o Benfica (POR), que eu estava atrás do gol. Meu pai cobrou uma falta tão perfeita, que o goleiro foi pegar a bola pensando que ela tinha saído, e só então viu que ela tinha feito uma curva e entrado - relembra Bento Ricardo, filho de Cláudio, ao LANCENET!.

A caminhada de Cláudio no Corinthians começou no dia 14 de março de 1945, contra o São Paulo, no Pacaembu. Apesar de um jogo com muitos gols (empate em 4 a 4), o ponta não balançou a rede adversária. O primeiro gol só saíria aos 36 minutos do primeiro tempo da partida seguinte, contra o Palestra Itália, não o suficiente para que houvesse outro empate, desta vez em 1 a 1.

O auge da carreira do camisa 7 aconteceu em 1951, quando fez parte do elenco dos 100 gols do Campeonato Paulista, ao lado de Baltazar, Luizinho, Carbone e Mário. No entanto, a liderança em campo lhe rendeu até o posto de treinador do time por três vezes: em 1948, quandos os próprios jogadores pediram e em 1954, em uma excursão ao Recife (PE). Quatro anos depois, ele voltou a ser técnico do Timão, mas não foi vitorioso.

- O time estava envelhecido. Quando o Vicente Matheus (ex-presidente do Corinthians) assumiu, queria dar pitaco na escalação. Meu pai se irritou e pediu demissão. Daí o São Paulo chamou ele pra jogar e ele foi - conta Bento, que é são-paulino.

- Nessa época que ele mudou de time, eu tinha 14 anos. Fiquei muito magoado com o Corinthians e decidi torcer para o São Paulo.

A última vez que a bola estufou a rede em um chute de Cláudio pelo Corinthians foi em dezembro de 1957, na goleada por 5 a 2 sobre o XV de Piracicaba. Apesar de ser ídolo do Timão, o jogador também tem história no rival Palmeiras: foi o primeiro atleta a marcar um gol depois que o clube mudou de nome, em 1942.

Vítima de um ataque cardíaco em 2000, Cláudio está eternizado no Parque São Jorge com um busto, assim como Neco e Luizinho, e também no coração de toda a torcida corintiana.

- O Corinthians era a segunda casa, a segunda família do meu pai. Marcou ele profundamente - finaliza Bento.

Bate-bola com Bento Ricardo, filho de Cláudio:

LANCENET!: O que significou o seu pai na sua vida?
Resposta: É um motivo de orgulho para mim ser filho do Cláudio. Ele sempre me levava para ver o treino do Corinthians, e até por isso que eu acompanhei a carreira dele tão de perto.

L!: Então você é corintiano?
R: Quando ele jogava lá, eu era corintiano, mas hoje sou são-paulino. O meu pai teve alguns conflitos com o Vicente Mateus e se demitiu do cargo de técnico. Foi aí que o São Paulo chamou ele pra jogar e ele aceitou. A nossa família ficou muito magoada na época e decidi mudar de time.

L!: Mas gosta do Corinthians?
R: Toda a família tem um carinho muito especial pelo Corinthians e, especialmente pela torcida. Quando ele morreu foi muita gente no enterro. Pessoas que nem viram ele jogar mas que sabiam da importância que ele teve para o clube. Foi emocionante.

L!: E o que o Corinthians significava para o Cláudio?
R: O Corinthians era a segunda casa e a segunda família dele. Meu pai assinou vários contratos em branco com o clube. Era uma relação de amor mesmo. Marcou a vida dele profundamente.