1952: o melhor de todos os goleiros do Corinthians

Ele chegou sem muito alarde ao Corinthians. Em 1950, foi o jogador mais vazado do Campeonato Paulista pelo Jabaquara. Na época, muitos disseram que veio como contrapeso na negociação com Ciciá. Bem, quase 60 depois, é só perguntar para qualquer corintiano quem foi mais importante no clube: o badalado meia-atacante ou o goleiro Gylmar dos Santos Neves, conhecido apenas como Gilmar. É o que conta mais um capítulo da Série Especial do Centenário.

Apenas para ficar nos números, o arqueiro ficou dez anos no Timão. Ao todo, foram 395 jogos, com 243 vitórias, 75 empates e 77 derrotas. Entre os títulos, o mais importante foi o do Estadual de 1954, torneio comemorativo ao quarto centenário da fundação de São Paulo.

Mas quem imagina que Gilmar só teve alegrias no Alvinegro, está muito enganado. Apesar de ter desembarcado no clube em 1951, ele teve um começo um pouco conturbado. Após uma derrota de 7 a 3 para a Portuguesa, foi afastado do time. Mais do que sofrer essa enxurrada de gols, foi considerado pelos torcedores como o culpado pelo resultado negativo. Visto com desconfiança, nem conseguia treinar. Como não poderia ser diferente, essa é sua principal mágoa do clube.

O goleiro só voltou a ter uma oportunidade no início de abril do ano seguinte. Como o titular Cabeção estava na Seleção Brasileira, ele foi o escolhido para defender o time durante uma excursão na Europa. Resultado: 12 vitórias, três empates e apenas uma derrota. Tropeço, aliás, que ocorreu bem no primeiro jogo dessa sequência.

Com resultados tão positivos, nada poderia ser diferente. Gilmar conseguiu se firmar e começou a escrever seu nome na História do clube. E nem venham os santistas dizer que ele só teve sucesso na Vila Belmiro. Antes, ele já tinha dado muitas alegrias aos corintianos.

O arqueiro só deixou o Corinthians em 1961. Com uma lesão no braço, brigou com o então presidente Wadih Helu. O dirigente dizia que o problema era um pretexto para ele ir para o Santos. No fim, a transferência se concretizou. O goleiro deixou o clube chateado, mas com a certeza de que tinha feito um bom trabalho. Se alguém duvida, é só perguntar quem foi Ciciá.

Outros dois títulos na conta

Se conseguiu um bom desempenho em amistosos internacionais comandado pelo goleiro Gilmar, o Corinthians teve outros motivos de felicidade em 1952: título e gols não faltaram para a festa dos corintianos.

Duas conquistas foram muito importantes: o Campeonato Paulista e a Taça Cidade de São Paulo. Na primeira competição, a equipe conseguiu 25 vitórias, em 30 partidas. Além disso, o artilheiro do torneio foi corintiano: Baltazar, com 27 gols. Como acontecia na época, o jogo decisivo só aconteceu no ano seguinte.

Já a outro título teve uma comemoração dupla. Além de ter sido conquistado com uma goleada por 5 a 1 diante do Palmeiras, ele representou a quinta taça da competição. Assim, o Timão ficou definitivamente com o troféu, porque já tinha ganhado o campeonato em outras quatro oportunidades: 1942. 1943, 1947 e 1948.

Goleiraço:

Gilmar (de 1951 a 1961 no Timão)

- 79 anos
Tem atualmente o ex-goleiro. Ele nasceu no dia 22 de agosto de 1930, em Santos. Foi batizado como Gylmar dos Santos Neves.

- 5 títulos
conquistou o jogador pelo Timão: os Paulista de 1951, 52 e 54, e o Torneio Rio-São Paulo de 1953 e 54.

- 395 jogos
disputou pelo Timão. Ele sofreu 527 gols.

- Na Seleção
Foi bicampeão mundial, em 1958 e 1962. Foram 102 partidas e 101 gols sofridos entre
1953 a 1969.

Curiosidades – 1952

26 de fevereiro
Winston Churchill anuncia que o Reino Unido possui a bomba atômica.

10 de março
O general Fulgencio Batista toma o poder em Cuba.

10 de maio
Nasce Vanderlei Luxemburgo, hoje, técnico do Atlético-MG.

28 de junho
A finlandesa Armi Kuusela foi eleita a primeira Miss Universo da História.

26 de julho
Morre “Evita” Perón, atriz e líder política, esposa do ex-presidente argentino Juan Domingo Perón.

Julho e agosto
Acontecem os Jogos Olímpicos de Verão em Helsinque, na Finlândia.

17 de agosto
Nasce no Rio de Janeiro Nelson Piquet, piloto brasileiro de Fórmula 1.

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