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Rodrigo Freitas - rodrigo_adefreitas@hotmail.com

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Pressão da Fiel já tirou ídolos do clube, mas Souza não deixará saudade



Se dentro do campo a torcida corintiana é considerada o 12º jogador da equipe - pelo apoio dado tanto nos momentos de glória como nos de crise -, fora dele a Fiel é protagonista em diversas saídas conturbadas de atletas do clube. Marcado por má atuações e gols perdidos com a camisa do Timão, o atacante Souza negocia com a diretoria sua rescisão contratual e deve ser mais um a deixar o clube depois de brigas com a torcida.

Contratado em 2009 com a dura missão de substituir Ronaldo nos partidas em que o Fenômeno precisasse ser poupado, o atacante não foi nem sombra daquele que foi o artilheiro do Brasileirão de 2006, pelo Goiás, com 17 gols marcados. Em 72 jogos disputados pelo Timão, Souza não superou nem ao menos a marca alcançada no clube goiano: foram somente 13 gols marcados.

Nesta sexta-feira, cerca de 50 torcedores estiveram no Centro de Treinamento Joaquim Grava para protestar contra a má sequência de resultados e a queda de rendimento no Nacional. Em faixa estendida na porta do CT, o atacante foi um dos principais alvos da Fiel, que chegou a pedir sua saída.

No entanto, o caso de Souza não é isolado. Nos cem anos de História do Corinthians, muitos atletas já deixaram o clube depois de desavenças com a torcida. Entre eles, estão inclusive alguns dos maiores ídolos do clube, e que tinham grande identificação com a torcida. Confira o levantamento realizado pelo LANCENET!:

Rivellino (1974)
Roberto Rivellino é considerado até hoje um dos melhores jogadores que vestiram a camisa do Corinthians. Apesar da técnica apurada, belos passes e precisão em cobranças de falta com a perna esquerda, o Reizinho do Parque era muito cobrado pela escassez de títulos que o time vivia desde 1954.

O ápice da indignação da torcida com o meia aconteceu em 1974, quando o Corinthians precisava de um empate com o Palmeiras na final do Campeonato Paulista para se sagrar campeão estadual. Porém, o Verdão venceu por 1 a 0 com péssima atuação do camisa 10, que atuou quase como um defensor durante toda a partida.

Acusado de falta de comprometimento e individualismo pela torcida, foi negociado com o Fluminense, onde marcou três gols contra o ex-clube logo em sua estreia. Pelo clube carioca, conquistou títulos, coisa que não conseguiu no Corinthians.

Edílson (2000)
Mesmo já tendo atuado no arquirrival Palmeiras, Edílson foi o grande nome do time corintiano na conquista do Mundial de Clubes da Fifa, de 2000 e dos dois títulos brasileiros, conquistados em 98 e 99. Levou a Fiel à loucura na final do Campeonato Paulista de 1999, quando Corinthians e Palmeiras empatavam em 2 a 2, resultado que dava a taça ao Timão, e numa jogada na lateral começou a fazer embaixadinhas e deixando os jogadores adversários irados, iniciando uma briga generalizada no campo.

No entanto, os torcedores esqueceram todos os títulos e provocações aos rivais depois que o Corinthians foi eliminado da Libertadores de 2000 nas semifinais, pelo próprio Palmeiras. Na ocasião, o camisa 10 optou por não participar das cobranças de pênalti. O Timão foi eliminado e na mesma semana Edílson foi encurralado por vários torcedores no estacionamento do Parque São Jorge, tendo que sair com a ajuda de vários seguranças. Sem clima, foi negociado com o Flamengo.

Marcelinho Carioca (2001)
O camisa 7 é o maior ídolo da história recente do Corinthians. Conquistou dez títulos, teve atuações brilhantes e sempre foi adorado pela torcida. No entanto, da mesma maneira que tinha talento com a bola nos pés, tinha para criar polêmicas. Na maior delas, brigou com Ricardinho em 2001 e saiu do clube pela porta dos fundos, encerrando uma geração vitoriosa.

Marcelinho voltou a jogar no Corinthians em 2006, depois de uma negociação estranha em que ele foi contratado para abater uma dívida financeira com o clube e saiu alguns meses depois com dinheiro para receber da diretoria. Ainda brigou com o volante argentino Mascherano e com o técnico Emerson Leão, antes de ser demitido.

Em 2010, foi anunciado como "Embaixador do Centenário", e fez seu jogo de despedida contra o Huracán (ARG), com vitória por 3 a 0.

Ricardinho (2002)
Um dos jogadores que mais conquistaram títulos pelo Timão (sete ao todo), Ricardinho era o grande xodó da Fiel torcida, ao lado de Marcelinho Carioca. No clube desde 1998, vindo do Paraná, foi convocado pelo técnico Luiz Felipe Scolari para a Copa do Mundo da Coreia e Japão em 2002.

Logo após voltar do Mundial, aceitou uma proposta do rival São Paulo de 2 milhões de reais, sendo na época a maior transação entre clubes brasileiros da história. A torcida é claro, não deixou de mostrar sua indignação com o meia. No primeiro jogo dele contra o Corinthians, foi xingado de "mercenário" e vaiado durante toda a partida.

Em 2006, voltou ao clube para a disputa da Libertadores da América. Mesmo com boas atuações, o time fracassou e ele foi negociado com o Besiktas (TUR).

Carlitos Tevez (2006)
Contratado junto ao Boca Juniors (ARG) pela MSI, parceira do Corinthians na época, o atacante argentino caiu rapidamente nas graças da Fiel por seu estilo raçudo em campo. Logo no seu primeiro ano pelo clube, conquistou o polêmico Campeonato Brasileiro daquele ano, marcado pela escândalo de corrupção da arbitragem.

No ano seguinte, era o grande nome do Timão para a Libertadores da América, mais caiu para o River Plate (ARG) nas oitavas de final, frustrando mais uma vez a nação alvinegra. A partir daí a relação entre o argentino e a torcida começou a se estreitar, e teve seu auge em um jogo contra o Fortaleza, quando Tevez marcou um gol e mandou a torcida ficar em silêncio. Na saída do estádio, seu carro foi chutado e o jogador recebeu muitos xingamentos. Com medo de continuar no clube e das represálias dos torcedores, foi negociado com o West Ham (ING), logo após a Copa da Alemanha. Mesmo com saída conturbada, é considerado até hoje um dos maiores ídolos da história do clube.

Coelho (2006)

A traumática eliminação na Libertadores de 2006 também fez outra vítima no Parque São Jorge. Revelado nas categorias de base do Corinthians, o lateral-esquerdo Coelho chegou a fazer boas partidas pelo clube. No entanto, na semifinal da competição sul-americana, no Pacaembu, o Timão vencia o River Plate (ARG) por 1 a 0 quando o lateral-esquerdo desviou um cruzamento contra a própria meta, empatando a partida.

Com a derrota por 3 a 1 e a consequente eliminação, Coelho foi emprestado ao Atlético-MG. Retornou ao Corinthians em 2008, e depois de ser vaiado pela torcida em todos os jogos, foi negociado em definitivo com o time mineiro.