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São Paulo, Mooca - SP, Brazil
Rodrigo Freitas - rodrigo_adefreitas@hotmail.com

sábado, 13 de novembro de 2010

Wellington Paulista volta às origens e reeencontra Corinthians











O torcedor número um de Wellington Paulista avisa:

- A intenção dele é acabar com o jogo contra o Corinthians.

O discurso fanático de Válter Pereira do Nascimento traduz o desejo do pai do cruzeirense de ver o pupilo se dar bem diante do clube no qual ele tentou o primeiro teste quando garoto, mas não obteve sucesso.

O duelo deste sábado contra o Corinthians não remonta apenas ao início da carreira do jogador, mas também à infância de Tom, como é chamado Paulista pelos amigos no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo.

Antes de tentar a sorte no Timão, Wellington aprimorou a técnica, ainda aos nove anos, nas quadras do Paulistinha, clube que também se localiza no reduto italiano paulista.

- Tínhamos uma autoescola que era perto. Quando íamos para lá, Wellington ficava no clube - contou Válter.

Em 1995, a mudança da família para Recife fez com que o contato de Wellington com o futebol de campo se estreitasse.

- Ele ficava jogando bola na praia, chutando até coco. Tomou gosto pelo campo. Quando voltamos, um ano depois, ele foi para o paque da Mooca, um clube daqui, e formou com os amigos um time - relatou o pai.

Aos 14 anos, Wellington foi levado pelo pai ao Corinthians para fazer o primeiro teste. Reprovado, o atacante tentou outras oportunidades no Juventus, no Jundiaí (hoje conhecido como Paulista), no Flamengo de Guarulhos e no Santos.

Três anos depois, porém, um amigo do jogador, Gilberto Sayeg Filho, alertou ao pai, Gilberto Sayeg, vice presidente do Juventus na época, sobre dar uma chance à Wellington. Em cinco dias ele treinou, convenceu e assinou contrato com o time júnior do Moleque Travesso.

- Quando chegou no sábado, ele já foi para Catanduva disputar um torneio. Eu e minha esposa fomos até lá. Foi a primeira viagem para ver Wellington. Ele fez uns três gols e foi o artilheiro - disse.


Nas três passagens pelo Juventus, foram 21 gols marcados que contribuíram para a identificação dos moradores da Mooca com atacante. A despeito de a maioria ser corintiana no bairro, o carinho por Wellington Paulista permanece.

- Quando falei que ele voltaria contra o Corinthians eles ficaram preocupados. Ele vai fazer dois gols, avisei. Pessoal gosta muito do Wellington - comentou o pai.

Timão, de novo, contra artilheiro

Uma das fotos expostas na sala especial de Wellington Paulista, na casa dos pais do jogador, mostra a partida em que o atacante enfrentou o Corinthians pelo Campeonato Paulista, no Pacaembu.

O motivo especial de o pai do atacante ter destacado esse confronto é pelo fato de ele ter feito dois gols no ano em que
o Timão quase foi rebaixado no Estadual.

– Eles fizeram 2 a 0 com Wellington. Fabrício, hoje no Cruzeiro, fez uma falta dura e ele saiu. O time levou a virada de-
pois. Ficou sem atacar. Foi uma pena – lamentou Válter.




Bate-Bola


Wellington Paulista
Como foi sua infância na Mooca e sua trajetória no futebol?

Minha primeira peneira foi no Corinthians. Fiz seis peneiras no Juventus e na sexta eu passei. Também fiz nos outros
grandes de São Paulo. Tinha 17 anos quando comecei profissionalmente.
As primeiras peneiras fiz como meia. Pela qualidade e a força na finalização, me colocaram no ataque. Mas nas peladas com
meus amigos sempre fico na armação do jogo.

Como Válter, seu pai, o ajudava nesses processos, em relação ao apoio?

Meu pai sempre estava comigo. Toda peneira. sempre vendo e me levando. Eu e ele sempre juntos, em todas. Ele é o meu torcedor número um até hoje. Leva faixas em quase todos os jogos.

E qual é a sua relação hoje com a Mooca e com os amigos que fez no bairro durante sua infância?

Jogava bola sempre no campo do Parque da Mooca. Todos os meus amigos que jogavam lá comigo se encontram até hoje no mesmo lu-
gar, na padaria do Roberto que fica no bairro.