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Rodrigo Freitas - rodrigo_adefreitas@hotmail.com

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Por que o Corinthians caiu na Libertadores?

O que nenhum corintiano esperava aconteceu na noite desta quarta-feira, no Pacaembu. Depois de fazer a melhor campanha da fase de grupos, o Corinthians foi eliminado pelo Flamengo nas oitavas de final da Copa Libertadores.

O sonho da conquista inédita, no ano do centenário, que será completado em setembro, acabou. Um insucesso para diretoria, que investiu alto e contratou jogadores de nome, como Roberto Carlos e Danilo, e para grande parte do elenco, que havia conquistado o status de melhor do Brasil, após as conquistas do Paulistão e Copa do Brasil em 2009.

1) Fenômeno em baixa

Ronaldo não se encontrou na temporada-2010. No começo do ano, sofreu lesão muscular na coxa direita que o afastou dos gramados por mais de um mês. Depois, não conseguiu mais recuperar o condicionamento físico que apresentou no mesmo período do ano passado, quando foi o principal destaque das conquistas do título paulista e da Copa do Brasil. Neste ano, fez apenas seis gols em 17 partidas, sendo três em sete jogos pela Libertadores. Nem mesmo a preparação especial para o duelo das oitavas surtiu efeito. Uma de suas piores atuações com a camisa do Corinthians foi no jogo de ida contra o Flamengo, no Maracanã. Na volta, no Pacaembu, o atacante até teve boa atuação e marcou um gol, mas a equipe foi eliminada.

2) Reforços não vingaram

O planejamento da diretoria desde a conquista da vaga para a Libertadores, em 2009, era montar um elenco experiente e acostumado a decisões. De todos os "medalhões", apenas Roberto Carlos se destaca, com atuações regulares. Os volantes Marcelo Mattos e Edu, por exemplo, perderam espaço no time e raramente são aproveitados. Iarley não conseguiu se firmar como titular e já é cotado para deixar o clube. Já Tcheco, hoje machucado, também foi muito perseguido pela torcida desde as primeiras atuações. Danilo, camisa 10 na Libertadores, não foi o meia de ligação que a torcida esperava.

3) Ataque improdutivo

Em 2010, Mano Menezes abdicou do esquema com três atacantes de ofício, vitorioso no ano passado. Sem Douglas e com Danilo, que não tem as mesmas características, segundo o próprio treinador, o desenho tático mudou. O Corinthians foi montado com três volantes, Ralf, Jucilei e Elias, e Danilo e Dentinho abertos pelas pontas. Apenas Ronaldo era a referência. Em determinado momento do ano, segundo levantamento feito pelo LANCENET! , o Timão teve a pior média de gols entre todos os clubes da Série A. O fato de não ter marcado gol no jogo de ida, no Maracanã, foi determinante para a eliminação. No Pacaembu, Mano reeditou os três atacantes. Deu resultado no primeiro tempo, mas no fim os atacantes não conseguiram marcar o gol necessário para a classificação.

4) Obsessão pela Libertadores

Diretoria, Mano Menezes e os jogadores tentaram negar até os últimos instantes do jogo contra o Flamengo. Mas a pressão pela conquista da Libertadores, no ano do centenário, acompanhava o elenco desde o ano passado. O próprio lateral Roberto Carlos, em uma entrevista recente, afirmou que ouvia a palavra "Libertadores" sempre que encontrava algum torcedor. O medo de repetir o fracasso e a tragédia da eliminação anterior, contra o River Plate (ARG), em 2006, no Pacaembu, era mais um fator que aumentava a pressão de todos no Parque São Jorge.

5) Saída pelas laterais

No primeiro jogo, os dois laterais corintianos tiveram influência negativa. Roberto Carlos errou a saída de bola, que resultou na jogada do pênalti do Fla, cometido por Moacir em Juan. Já no duelo do Pacaembu, a jogada do gol de Vagner Love saiu nas costas de Alessandro, que já estava cansado pela falta de ritmo de jogo.