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Rodrigo Freitas - rodrigo_adefreitas@hotmail.com

sábado, 28 de abril de 2012

Guardiola daria certo na Seleção Brasileira !




Quando conquistou o Mundial com o Barcelona, Guardiola disse que não havia nenhum segredo na forma de jogar de sua equipe. O treinador afirmou que o Barça jogava naquele momento o mesmo que o futebol brasileiro sempre jogou em toda a sua História.
Em um contexto onde muito se fala sobre o fato da Seleção Brasileira ter perdido a identidade do jogo bonito, surgiu na Internet uma corrente apontando o nome do técnico espanhol no comando da equipe. Ganhou destaque no Facebook e também virou hashtag no Twitter.
- Na Seleção Brasileira, provável que adotasse um 4-3-3. Ou, quem sabe, um 4-3-2-1 pela característica do que teria a seu alcance.
Usaria um volante de bons pés, neste caso poderia ser Lucas Leiva, recuaria Paulo Henrique Ganso para fazer a função como Iniesta ou Xavi no Barça atual. Com o tempo, Guardiola daria mais liberdade de ação a Neymar, inclusive por dentro, como fez com Messi - analisou o colunista.
No entanto para a maior parte dos especialistas consultados, seria complicado para Guardiola mudar alguma coisa a curto prazo na Seleção. O motivo é que o trabalho feito para aprimorar o estilo de jogo do Barcelona foi obtido em anos de treinamento, algo que como técnico de uma equipe nacional o espanhol não teria.
- Importante ressaltar que Guardiola deu continuidade a um legado deixado por gerações anteriores de técnicos do Barcelona. Todos os times do mundo desejariam repetir essa forma de jogar, mas seria complicado. Para imprimir este estilo de jogo é necessário um trabalho de muito tempo, com muita cooperação dos jogadores. Não é algo que se faz da noite para o dia, de uma hora para outra - disse o capitão do tri pela Seleção, Carlos Alberto Torres.
Posição semelhante é adotada por outro ex-jogador da Seleção Brasileira, o ex-volante Batista.
- Ele não teria o tempo necessário para aplicar toda a filosofia de jogo do toque de bola e, principalmente, da marcação na saída de bola do adversário. O próprio Guardiola disse certa vez que o jeito de jogar do Barcelona é resultado de anos de trabalho duro, treino e aperfeiçoamento de um estilo há anos praticado pelo clube - completou Batista.
As diferenças culturais também são apontadas como obstáculos para um possível sucesso de Guardiola à frente da Seleção Brasileira.
- Guardiola teria poderes limitados. Além disso, como poderia trabalhar com um dirigente da mentalidade do Andrés Sánchez, que chamou de “balela“ o jogo praticado pelo Barcelona? Na Inglaterra, o futebol foi se acostumando aos técnicos estrangeiros, que eram mais competentes do que os nossos. Hoje, é uma regra a seleção ter comando forasteiro. No Brasil, sem a cultura do intercâmbio, a chegada de Guardiola acabaria contrariando muita gente. Acho muito difícil dar certo - apontou Tim Vickery, correspondente da rede britânica BBC.
A falta de paciência da opinião pública brasileira também foi lembrada.
- A opinião pública brasileira não tem paciência para esperar por resultados a longo prazo. Guardiola seria fritado a medida que alguns insucessos pudessem ocorrer em meio ao processo - analisou o colunista Vitor Birner.
O colunista Benjamin Back ainda lembrou da diferença de cultura tática entre os jogadores brasileiros e os europeus.
- Na Seleção Brasileira, em teoria sua chegada seria ótima, porém na prática não sei se daria certo. A começar pelo fato do jogador europeu ser muito mais disciplinado taticamente que o brasileiro. É uma questão cultural, que talvez não fosse superada - afirmou.
Porém nem todos foram pessimistas quanto à possibilidade de Guardiola assumir a Seleção Brasileira. O ex-treinador do Barcelona, Radomir Antic, acredita que o ex-treinador do Barça conseguiria ter sucesso no comando da "Amarelinha".
- O futebol brasileiro precisa passar por uma nova experiência. Em termos de talento individual, o Brasil ainda é o maior celeiro do futebol mundial. Porém a sua seleção não consegue mais apresentar um bom conjunto. Guardiola seria uma aposta diferente, poderia apresentar algo novo - explicou Antic, que esteve à frente do Barça em 2003.