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Rodrigo Freitas - rodrigo_adefreitas@hotmail.com

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Empresa tem estratégia para levar Ganso ao Timão

Enquanto Ganso é protagonista do Santos na Libertadores diante do Cerro Porteño, a DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, espera pela eliminação do clube no torneio para acelerar a mudança do jogador para o Parque São Jorge.

A pressa para a transferência ao Corinthians é reflexo da briga jurídica que a empresa e o clube praiano travam desde o ano passado. O presidente santista, Luis Álvaro Ribeiro, tenta recuperar 25% dos 45% dos direitos econômicos de Ganso que hoje pertencem à empresa (entenda o caso abaixo).

Por conta desse impasse, os empresários alegam não terem recebido R$ 5,5 milhões a que teriam direito pela venda de Wesley ao Werder Bremen (ALE), em agosto.

Na visão da DIS, com Ganso a história se repetirá se a venda dele para a Europa for por meio do Santos – que por sua vez declarou que não pretende negociá-lo agora.

A empresa, que também gerencia a carreira do craque, já decidiu que vai depositar em juízo somente a parte da multa rescisória para o mercado nacional que cabe ao Santos: R$ 26,7 milhões, que representa 45% do valor (o total é R$ 59,4 milhões). Com isso, Ganso ficará livre para acertar com o Corinthians.

A manobra deve ser feita pelo próprio jogador, que tem de depositar o valor na Justiça do Trabalho e declarar que abre mão da parte dele (10%). A DIS faria o mesmo.

O Timão, então, além de ser usado como ponte garantida para o exterior, servirá para o investidor não depender de longa batalha na Justiça para receber o dinheiro que virá do futuro clube de Ganso.

O departamento jurídico do Santos rebate e afirma que só libera Ganso se for depositado o valor integral da multa rescisória. E ainda ameaça não repassar aos envolvidos o dinheiro depositado, em represália pela saída do craque.

Apesar de poder ter o futuro da carreira decidido na Justiça, o meia aceitou o risco após divergências com a diretoria santista.

Após reunião com o presidente Andrés Sanchez na sexta-feira, ele aceitou a ideia de ir para o Alvinegro e acertou salários. A ideia é sair do Santos depois da Libertadores, disputar o Brasileiro pelo Timão e ir para a Europa em dezembro.

A batalha jurídica entre DIS e Santos

A venda da discórdia
Na gestão do ex-presidente Marcelo Teixeira, a DIS adquiriu um “pacote” de 25% dos direitos econômicos de sete atletas – Ganso, Wesley, André, Breitner, Tiago Luís, Diego Faria e Anderson Planta – pela quantia de R$ 2,9 milhões.

A contestação do Santos
Quando Luis Álvaro Ribeiro assumiu, o clube entrou na justiça contestando esta operação. Em novembro de 2010, obteve uma liminar em primeira instância, que recomendava a revisão e até uma eventual anulação dos contratos dos jogadores, por considerá-los lesivos ao patrimônio do clube. Pelos cálculos de uma Comissão Fiscal que foi instaurada, a empresa pagou somente 2,7% do valor de mercado dos sete atletas em questão.

Vitória da DIS
No fim de dezembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo concedeu um efeito suspensivo para esta liminar. Com isso, a DIS voltou a ter os 25% que havia comprado.

Venda de Wesley
Em agosto de 2010, o Werder Bremen (ALE) pagou a multa de 10 milhões de euros (cerca de R$ 22 milhões na época) para tirar Wesley do Santos. Os direitos econômicos dele eram divididos em três partes: 35% do Santos, 40% de um grupo de empresários e 25% da DIS. Com a briga na justiça, porém, a empresa afirma que ainda não recebeu o dinheiro.

Ganso
Antes da transação na gestão Teixeira, a DIS já tinha 20% dos direitos econômicos de Ganso. A empresa, hoje com 45%, teme não receber o valor a que lhe cabe se o jogador for vendido para a Europa através de um negócio com o Santos.

O que pode acontecer

Pró DIS e Ganso
O juiz que analisar o caso dá decisão favorável à DIS e ao jogador. Desta maneira, a empresa só paga os 45% da multa rescisória que cabem ao Santos e ele estará liberado para acertar com outro clube. A empresa, portanto, passa a ter os 100% dos direitos econômicos para negociar o meia com um clube europeu no futuro. Mesmo que o caso se arraste na justiça, Ganso, com uma liminar na Justiça do Trabalho, pode alegar que não quer entrar na briga do ex-clube com o investidor e que só quer jogar futebol. Com isso, pode atuar pelo Timão no Campeonato Brasileiro.

Pró Santos
O juiz dá a decisão favorável ao Santos. Ou até mesmo, se perder, o clube consegue uma liminar para revogar a decisão em primeira instância no tribunal. Se qualquer um dos casos ocorrer, Ganso terá de voltar para a Vila Belmiro de imediato. Em represália, pode ficar treinando à parte e ser utilizado em apenas alguns jogos para que não reclame na Justiça do Trabalho. O Santos afirma que só aceita vender o jogador se for depositado os 100% do valor da multa rescisória. Se esta for a medida, cabe ao clube repassar a parte que pertence a cada envolvido, no caso Ganso e DIS.