As obras do futuro estádio corintiano começaram nesta segunda-feira, em Itaquera, às 8h14. Em ritmo ainda lento, cerca de dez funcionários da Odebrecht, com duas escavadeiras e dois tratores, deram início ao processo de terraplanagem do terreno.
O projeto do estádio corintiano, que será erguido em um terreno de 198 mil metros quadrados, foi classificado pela Odebrecht - construtora responsável pela obra - como "complexo". Mesmo assim, a empresa tem como meta entregar o palco do Timão, pronto, em dezembro de 2013, atendendo às exigências da Fifa para sediar a Copa do Mundo de 2014.
O processo inicial da construção será dividido em duas etapas. A primeira dará lugar à terraplanagem, que perdura ao longo de toda a obra, e à preparação do terreno para a fundação dos edifícios. A projeção é ter o terreno nivelado em até 90 dias, para, então, iniciar a preparação para a fundação.
Já na segunda parte, terá início o estacionamento do complexo corintiano. O prazo estipulado para toda esta primeira etapa é abril de 2012. Enquanto isso, a Odebrecht trabalha em duas frentes: a montagem dos edifícios pré-moldados, que serão colocados após o preparo para a fundação, e no desvio das tubulações da Petrobras, localizadas abaixo da área onde será construído o estacionamento.
Para mudar o lugar onde estão os dutos subterrâneos, no terreno do futuro estádio, Odebrecht e Corinthians aguardam a licença da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), que deverá ser emitida nos próximos dias. O valor para o procedimento, estipulado pela Petrobras em R$ 30 milhões, foi rebatido pelo clube, que vê possibilidade de realizar o desvio por um custo dez vezes menor.
- A retirada das tubulações subterrâneas não interfere no trabalho de terraplanagem. Isso tudo será um trabalho simultâneo. Nos primeiros meses, o trabalho consiste em limpeza do terreno, terraplanagem, marcação topográfica, coleta de materiais para fazer ensaios e início dos testes de fundação, mobilização, instalação do canteiro, basicamente isso - afirmou Frederico Barbosa, gerente de operações da Odebrecht e um dos engenheiros responsáveis pela obra do estádio.
Nesta segunda-feira, poucos operários trabalharam nas obras, mas até o fim do mês, segundo as previsões da construtora, 150 devem ajudar a erguer a arena em Itaquera. A projeção para o fim de 2011 é de até 600 funcionários, e, até o fim da obra, 2000 trabalhadores. A Odebrecht ainda não decidiu como será feita a contratação de profissionais para a obra, mas deve emitir um comunicado oficial nas próximas semanas.
Com previsão de término para seis meses antes da Copa do Mundo de 2014, o estádio em Itaquera, que deve receber a abertura do torneio, ainda preocupa o Corinthians pela última previsão de custo. Para atender às exigências da Fifa, seria necessário cerca de R$ 1 bilhão, quantia muito superior aos cerca de R$ 650 milhões projetados anteriormente.
A verba anterior era fruto de um financiamento no BNDES, de R$ 400 milhões, e do abatimento de impostos futuros na região de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, que geraria cerca de R$ 250 milhões. Agora, o Corinthians trabalha ao lado da Odebrecht para tentar reduzir o valor da construção.
